sábado, 13 de fevereiro de 2010

Algumas espécies marinhas da PAB

Navalheira

Designação científica: Necora puber

A navalheira é uma das espécies de crustáceos mais abundantes no litoral abrangido pelo concelho da Lourinhã. Caracterizado por um animal muito rápido, de comportamento agressivo, facilmente identificável pela cor castanho-escuro com manchas e faixas azuladas da carapaça e pela posse de olhos vermelhos.
No que respeita à sua ecologia populacional, o pico de maior abundância para esta espécie corresponde ao período de inverno.
Este tem como habitat refúgios de natureza rochosa, localizados no nível inferior da zona das marés (andar infralitoral). Os indivíduos juvenis podem ser encontrados sob a protecção de pedras soltas ou, em alguns casos, sob os tentáculos da anémona-do-mar “verde” (espécie Anemonia sulcata).






Camarão-branco-legítimo

Designação científica: Palaemon serratus e Palaemon elegans

Atinge um comprimento máximo de cerca de 11 cm.
O seu habitat pode ser muito variável, distribuindo-se desde as pequenas poças criadas pela baixa-mar, até comunidades de algas e refúgios rochosos localizados em níveis inferiores da zona das marés (andar infralitoral) onde atingem maiores dimensões.





Santola

Designação científica: Maja squinado

A carapaça é revestida por numerosos pequenos espinhos e bordejada lateralmente por espinhos maiores. A sua cor varia em regra entre o vermelho e o castanho. Uma das suas características mais importantes não é a sua capacidade de fuga, mas sim a sua capacidade de mimetismo (camuflagem). Na realidade, este animal é geralmente indistinguível do substrato onde se encontra, por apresentar uma cobertura na carapaça de algas em crescimento. Regra geral, habita em níveis inferiores de maré, em povoações de algas, onde se pode camuflar. É de constatar a sua diminuição em número nas praias do concelho. Na praia da Areia Branca já é, infelizmente, inexistente.






Polvo

Designação científica: Octopus vulgaris

O polvo caracteriza-se pela sua natureza curiosa. É relativamente fácil a sua observação, se conseguirmos ultrapassar a barreira visual proveniente da sua extraordinária capacidade de mimetismo face ao meio que o rodeia.
O habitat do povo é despojado de grandes exigências; distribui-se desde a zona das marés até níveis mais profundos. Refugia-se em cavidades rochosas de surpreendentes dimensões, por vezes, também é encontrado em locais muito menores do que o seu tamanho (uma vez que consegue moldar-se e mudar a sua forma muito facilmente, adaptando-se ao meio que se encontra num determinado momento).






Mexilhão

Designação científica: Mytilus galloprovincialis

Crescendo fixos a rochas, os mexilhões juntam-se em grandes comunidades que se distribuem que se distribuem por toda a faixa intertidal e que se podem estender até cerca de 8 metros. Os juvenis encontram-se preferencialmente em locais de mais hidrodinamismo.
A metodologia de apanha pode induzir graves alterações e danos nas comunidades, se não se cingir apenas a uma captura individuo a individuo utilizando a força manual.




Lapa

Designação científica: Patella spp

A sua distribuição abrange um total equivalente à zona entre marés. Estes organismos possuem uma elevada capacidade de fixação à rocha, oferecendo grande resistência à separação do substrato, o que parece ter influência na sua captura, dependendo do tipo de rocha a que se fixam.




Caramujo ou burrié


Designação científica: Monodonta lineata

Os caramujos são pequenos gastrópodes que habitam toda a extensão da zona das marés. A sua concha pode atingir 3cm de altura. Nesta zona litoral,a abundância de indivíduos de tamanho razoável é escassa, não sendo por isso uma das espécies alvo preferenciais por apanhadores artesanais.






Caboz ou marachomba

Designação científica: Famílias Blenniidae e Gobiidae

O caboz, habita nas poças deixadas pela baixa-mar, este pequeno animal representa uma das espécies mais comuns que povoam a zona de marés. Alimentando-se de pequenos crustáceos (cracas) e mexilhão, pode atingir o tamanho máximo de cerca de 16 cm.




Ouriço-do-mar

Designação científica: Paracentrotus lividus

O ouriço-do-mar pode apresentar diversas colorações, desde o violeta, verde, branco, até ao castanho. É um animal de fortes características gragárias, vivendo em cavidades escavadas na rocha na zona de maré ou em volta de rochas em maior profundidade. Devido a esta ultima característica, esta espécie-alvo é capturada sobretudo no período de maré viva, quando a maré baixa o suficiente para que se tenha acesso aos indivíduos de maiores dimensões que se encontram em maiores profundidades.
O seu período de desova é em Março.



Limo de seda

Designação científica: Gelidium sesquipedale

Talo constituído por ramos estreitos e achatados, que apresentam ramos secundários, geralmente opostos, que por seu turno são portadores de râmulos, simples ou penados. Cerca de 30 cm de altura. Alga Infralitoral, formando fáceis muito extensas e densas.
Esta espécie de alga vermelha usufruiu no passado de grande importância económica, tendo sido activamente procurada nesta zona devido à sua elevada abundância. Dela se extrai o ágar-ágar, substância utilizada em preparações bacteriológicas, na indústria e em aplicações farmacêuticas. Apesar de colhida em grandes quantidades por mergulhadores profissionais, é ainda procurada pelas gentes locais para aplicação medicinal.





Limo-de-correia

Designação científica: Saccorhiza polyschides


Designada no concelho da Lourinhã por limo-de-correia, esta alga castanha consegue encontrar neste ambiente litoral condições vantajosas para o seu desenvolvimento, crescendo em extensas frondes.
Esta mais valia foi sobretudo explorada no passado tendo os agricultores das localidades à beira mar deste concelho utilizado esta alga em conjunto com outras para a fertilização dos campos agrícolas.
Actualmente, o limo-de-correia apresenta ciclos anuais de abundância, existindo anos mais propícios para o seu desenvolvimento do que outros.



Estrela-do-mar

Designação científica: Marthasterias glacialis

Vivem em águas costeiras, umas sobre as superfícies rochosas, outras enterradas na areia.
O corpo é duro e rígido, devido ao seu esqueleto interno, mas, no entanto, pode ser quebrado em diversas partes quanto tratado violentamente. Mesmo assim, este animal consegue dobrar-se e deslocar os braços para se mover para passear, ou quando o seu corpo se encontra em espaços irregulares entre rochas.
Estes animais, de aspecto tão tranquilo, são predadores eficazes, alimentando-se de todo o tipo de invertebrados, com particular destaque para os bivalves! Envolve-os com os seus braços, fixando-se através dos pés ambulacrários para forçar a abertura da concha. Em seguida introduz o seu estômago no corpo da vítima, que então é facilmente devorada.






Vinagreira-negra

Designação científica: Aplysia fasciata

Alimenta-se de qualquer tipo de algas (vermelhas, verdes, pardas ....). Per-corre o fundo lentamente para se ir alimentando.
É uma espécie herbívora.
Encontramo-la em águas superficiais, até uns 25 metros de profundidade. De dia esconde-se nas frestas das rochas, saindo à noite em busca de alimento.
Está presente em toda a costa Mediterrânea e do Atlântico Oriental.


As vinagreiras são moluscos muito semelhantes em aparência às lesmas. Possuem, no entanto, uma concha que está coberta pelo manto;

• O nome comum deriva do líquido de cor púrpura que deitam por vezes quando molestadas (como “vinagre tinto”);

• Se se sente molestada desprende uma substância branca e violeta, com que afugenta os seus inimigos, não é venenoso;

• É a única lebre de mar que pode nadar bem, graças aos movimentos on-dulantes dos seus parapódios;

• Durante a Primavera podem observar-se os animais adultos por ser esta a altura do acasalamento. Os jovens aparecem em finais do Verão até ao Outono.




Anémonas

Designação científica: Anemonia sulcata

Esta anémona é muito vulgar nos locais mais abrigados da zona-de-marés. Ao contrário de outras anémonas, não consegue recolher os seus longos tentáculos. Por isso, para minimizar as perdas de água durante a maré-baixa, reduz a superfície corporal exposta. Vive em simbiose com algas verdes (que lhe conferem a coloração típica), pelo que povoa locais junto à superfície e bem iluminados. Para além de obter substâncias nutritivas produzidas pelas algas que vivem no seu corpo, alimenta-se de pequenos peixes e crustáceos.





Morango-do-mar

O morango-do-mar ocorre em duas variedades, uma vermelha e outra verde. Possui uma coroa com cerca de 200 tentáculos e uma coluna, cuja base adesiva, apresenta um bordo azul. É muito territorial, atacando com os seus tentáculos, cobertos de células urticantes, todos os intrusos que ousam aproximar-se. Ocorre em costas rochosas, desde a zona limite das marés, até aos cerca de 2 m de profundidade. Possui uma grande tolerância à dissecação, permanecendo, se necessário, longas horas com os tentáculos recolhidos. A fecundação pode ser externa ou interna, dando-se o desenvolvimento da larva, neste caso, no interior da cavidade gastrovascular. Alimenta-se de pequenos peixes, crustáceos e moluscos.



Fonte:" Apanha artesanal de recursos marinhos costeiros no concelho"
Autora: ANA SILVA ( Bióloga marinha)

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